Eles se conheceram na repartição. Ambos bem sucedidos, independentes. Solteiros. Filhos tinham os dois. Um cada um. Ela, espirituosa, bela mulher, 32 anos. Ele, tímido, introspectivo. Mais jovem. Falavam-se menos do que desejavam. Eram de departamentos diferentes e signos também. Bom dia, boa tarde nos corredores. Era só. Foi assim por seis meses. Até a primeira confraternização.
Entreolharam-se muitas vezes. A distância, sinalizaram um encontro para mais tarde, longe de todos. Não esperaram. Alguns drinks e pareciam outros. Finalmente aproximou-se. Um convite. Tomou-a pela mão, pondo seu copo sobre a mesa dos coquetéis. Dançaram. Saíram à francesa.
― Táxi!
― À esquerda, por favor!
― Noite quente!
― Oh!
― Direita!
― Música?
― Não.
― Chegamos. Quanto?
― 20.
― Obrigado.
Que perfume! Pensou ele sem nada dizer. No apartamento, serviu a ela mais uma bebida. E mais algumas. Ela o despiu e mordeu sua orelha. Sussurrou algo que não consegui ouvir. Ele riu. Em resposta a beijou, bem. Ela gostou, ele também. O resto não vi, mas imagino.
― Táxi!
Na segunda, olharam-se. O sorriso ainda durava. Apenas bom dia e boa tarde. Ansiavam pela próxima festinha.
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